QUALIDADE DE VIDA - A dor e as emoções
Bom dia a todos!!
Como as suas emoções
interferem nas dores do corpo?
Em tempos corridos como os dias de hoje, não é raro que a gente
deixe nossa saúde de lado e foque mais no sucesso profissional e financeiro. A
vida moderna é repleta de estresses, o trabalho é maçante e o estilo das
grandes cidades abre pouco espaço para o conforto emocional.
O que muitas pessoas não percebem é que isso pode ter
influências significativas no organismo. Os sentimentos ou o humor podem
transformar a forma como reagimos à dor — nossos pensamentos possuem uma
relação muito íntima com as diversas reações que permeiam nosso metabolismo, e
um estado psicológico negativo pode trazer as mais diversas e impensadas
consequências.
Exercícios físicos, música e dor
Especialmente o treinamento com pesos na
musculação — são realizados até o extremo da capacidade muscular e,
logicamente, estão diretamente relacionados à dor e à resistência. O que pouca
gente esperava era descobrir que ouvir músicas durante essas atividades liberaria
substâncias químicas no cérebro, que ajudariam a reduzir a sensação dolorosa e
o cansaço do exercício, aumentando ainda mais o desempenho.
A explicação é que, quando ouvimos música,
sentimos emoções positivas — e nosso sistema nervoso libera analgésicos
naturais, as endorfinas, que agem no organismo. Quando interagimos com as
melodias e harmonias de que gostamos, a liberação desses compostos é
consideravelmente maior.
Canções agradáveis ao ouvinte também ajudam a
melhorar a saúde do coração — estudos mostram que elas também ativam a área do
cérebro relacionada ao prazer, aumentando a sensação de bem-estar. Seu uso já é
estudado na recuperação de pessoas que sofrem de doença arterial coronariana,
sempre atreladas ao gosto musical de cada paciente.
As músicas preferidas de cada um podem
reduzir a ansiedade, diminuir a pressão arterial e fazer com que os ouvintes
fiquem mais relaxados e tranquilos, equilibrando as suas emoções e minimizando
consideravelmente as dores do corpo.
Estresse e sistema digestivo
Ainda que intuitivamente, nós sempre soubemos
que o sistema digestivo possui uma relação direta com nossos pensamentos e
sentimentos. Quem nunca ficou sem apetite, com o intestino preso ou com dor de
barriga em um momento de angústia — ou até desenvolveu gastrite depois de um
longo período de estresse?
O que poucos sabem é que isso é
cientificamente comprovado — afinal, o intestino e o sistema nervoso têm a
mesma origem embriológica. Cientistas já afirmam que mais do que o órgão
responsável pela digestão, absorção e excreção dos alimentos, essas vísceras possuem
uma vasta rede de neurônios, denominada sistema nervoso entérico. Nesse local,
temos a produção de vários hormônios e neurotransmissores que atuam no trato
gastrintestinal — mas, também, interagem com o sistema nervoso central.
A serotonina, por exemplo — responsável pela
sensação de bem-estar, ela é formada através de um aminoácido obtido na
alimentação. Enquanto a glândula pineal produz uma parte desse neurotransmissor
no cérebro, o intestino é responsável por outra parte da sua fabricação, pois
ela também contribui para as contrações do peristaltismo que movimenta o bolo
alimentar até o final do trato digestivo.
Daí, podemos deduzir que pessoas com
constipação intestinal crônica (prisão de ventre) acabam não tendo uma boa
produção de serotonina e, por isso, apresentam maior irritabilidade, inclinação
à depressão e, no caso das mulheres, exacerbação dos sintomas da TPM.
Com base na percepção de que a região
gastrointestinal é sensível às nossas emoções, e que elas podem se manifestar
fisicamente como incômodo e dores na região, podemos concluir que o tratamento
da ansiedade e do estresse com um acompanhamento multidisciplinar pode reduzir
efetivamente os problemas digestivos.
Sistema imunológico e depressão
Se a relação entre as emoções e as dores do
corpo já ficaram bem claras nos exemplos acima, vale lembrar também que nossos
sentimentos agem mesmo em todos os níveis do nosso organismo. Existe uma
conexão fortíssima entre a saúde mental em seus estados nocivos — como
depressão e raiva — e a capacidade de defesa contra doenças infecciosas e
tumorais.
Pesquisas mostram que neurotransmissores
podem ativar certas células de defesa, cuja função primordial é a proteção do
indivíduo contra males externos — como vírus, fungos e bactérias nocivas. Essa
descoberta pode ter um importante impacto científico e médico, pois mostra como
o equilíbrio das emoções pode ser fundamental no combate a diversas patologias.
Isso, também, deve influenciar uma nova geração de medicamentos e tratamentos —
que terão foco não apenas em combater o agente infeccioso, mas também em manter
o estado emocional do paciente em equilíbrio perfeito.
Estados de afeto positivo ou negativo parecem
estar diretamente relacionados à ativação, ampliação, supressão ou diminuição
de muitas atividades importantes realizadas pelas células imunológicas. Em
outras palavras, a ativação do sistema imune passa por “mensageiros cerebrais”
e pelo sistema nervoso, de modo que experiências nocivas na vida — como
estresse, depressão, traumas e, até mesmo, lesões cerebrais — podem prejudicar
direta e indiretamente a atuação das células de defesa, propiciando o
desenvolvimento de doenças infecciosas, autoimunes e até de muitos tipos de
câncer.
Emoção e dor, um conhecimento milenar
Apesar dos estudos recentes relacionarem as
emoções com as dores
do corpo, algumas culturas já parecem conhecer essa afinidade há muitos
séculos. A Medicina Tradicional Chinesa, por exemplo, faz associações entre os
sentimentos e diversos órgãos do organismo, explicando quais desconfortos podem
estar fortemente relacionados com seu mau funcionamento.
Os compêndios da cultura oriental ligam, por
exemplo, a ansiedade e a preocupação excessiva ao intestino grosso —
corroborando o que as pesquisas atuais estão dizendo. Também conectam estados
ansiosos com o coração e os pulmões, que se traduziriam em palpitações e
respiração ofegante.
A antiga medicina grega também não foge dessa
linha — eles consideravam que sentimentos nobres como a alegria, a
tranquilidade, o altruísmo e a empatia fortaleceriam o coração e o espírito da
vida, melhorando as funções imunológicas.
Eles também enxergavam a garganta como centro
de comunicação do nosso corpo, além de alertar sobre o fato de que a
incapacidade de expressão pode causar problemas emocionais — quem nunca
experimentou o famoso nó na garganta?
E então, entendeu um pouco melhor como as
suas emoções interferem nas dores do corpo e no bem-estar geral do seu
organismo? Portanto, procure equilibrar seus sentimentos — e veja como sua
saúde poderá dar um verdadeiro salto de qualidade!
Cuidem-se todos!
Não saiam de casa sem máscara!
Lavem sempre as mãos!
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